Pablo Queria Ser Livre em Madri
O jovem espanhol Pablo vivia no interior do país na cidade de Cáceres. Distante 300 km da capital Madri ele vivia sonhando em morar na maior cidade daquela nação. As luzes de noites cheias de baladas o atraíam. Pablo era filho de um próspero produtor de Cáceres com muitas posses e riquezas. Fixado na sedução da cidade grande, Pablo pediu ao seu pai que lhe antecipasse os bens que ele tinha direito. O pai sabia que esta viagem não traria boas experiências ao filho. Explicou, mostrou os perigos, alertou sobre as falsas amizades. Mesmo assim Pablo não mudou sua maneira de pensar. Queria morar em Madri e trilhar uma nova vida, queria ser livre. Pai de Pablo, que muito o amava, permitiu que ele fosse. Deu-lhe bens e riquezas e despediu-se do filho.
Viagem de Trem Para Madri
A viagem de Pablo iniciou na Estação Ferroviária de Cáceres. Na classe executiva do confortável trem ele percorreu os 300 km em cerca de 4 horas até Madri. Instalado na capital procurou algumas alternativas de investimentos para conquistar sua liberdade financeira. Antes, contudo, decidiu conhecer as partes turísticas e as diversões que a grande metrópole oferecia. Assim Pablo conheceu muitas pessoas nas noitadas em Madri. Muita diversão e falsas amizades pelos recursos que ele possuía e que gastava fartamente. Pablo conheceu lugares lindos, pessoas simpáticas, bons restaurantes e casas noturnas com muitas mulheres. Pablo conheceu também os excessos, experimentou algumas drogas que ouvira falar e viajou em outras que lhe eram total novidade. Depois vieram os jogos de azar e o constante uso de álcool e drogas químicas. Os recursos de Pablo foram gastos rapidamente, voaram de suas mãos. Os falsos amigos também sumiram.
Pablo Deseja Voltar
Sem recursos, sem perspectivas e sem pessoas para lhe ajudar, Pablo começou a pensar na possibilidade de voltar para casa do seu pai. Contudo a dúvida estava presente em seu coração: “Será que meu pai me aceitará depois de tantos erros?” Neste momento uma luta era travada em sua mente. Voltar ou não? Ao reconhecer seus erros e pedir perdão, seu pai o aceitaria? E quando seu pai soubesse que ele tinha desperdiçado tantos recursos, qual seria a reação do seu pai?
A Carta Para o Pai
Pablo decidiu escrever uma carta ao pai. Disse que entenderia se o pai não mais o quisesse. Disse que viajaria de trem na quarta-feira da próxima semana. Como o trem passaria na frente da propriedade do pai, Pablo pediu um sinal. A evidência da aceitação seria colocar uma bandeira branca na janela da casa. Se esta bandeira estivesse lá ele entenderia que era um sinal do perdão e da aceitação de seu pai. Pablo enviou a carta pelo sistema de correio da Espanha, sabia que chegaria no tempo certo às mãos do seu pai.
A Viagem de Retorno
Pablo juntou as últimas moedas e conseguiu comprar uma passagem na classe econômica do trem mais simples que liga Madri com Cáceres. O jovem espanhol procura o seu assento observando o seu ticket que indicava a posição 7B no corredor. Pablo senta-se ao lado de um senhor de cabelos brancos que estava na poltrona 7A, na janela do trem. Mesmo que estivesse apreensivo e nervoso, Pablo educadamente o cumprimenta e descobre que o seu companheiro de viagem era o senhor Lorenzo. Logo que o trem começou seu percurso, ainda com poucos quilômetros percorridos, Pablo levantou-se para buscar água. O senhor Lorenzo percebeu que o jovem estava muito inquieto. Com a sabedoria dos cabelos brancos conseguiu que Pablo contasse o que estava acontecendo. Os quilômetros da viagem foram sendo vencidos e Pablo detalhava para o Sr. Lorenzo sua saída de casa, suas aventuras, as perdas dos recursos, a grande frustração com falsas amizades, o arrependimento e o desejo de voltar. Contou ainda da carta que enviou e a grande expectativa se seria ou não aceito, se seria ou não perdoado pelo seu pai.
Pablo Fecha os Olhos
Pablo fecha os olhos e pede ao Sr. Lorenzo que lhe avise quando estiver chegando próximo da Estação de Cáceres. Faltavam ainda 50 km e Pablo esfregava as mãos. Perguntava a cada quilômetro quanto faltava. Faltando 30 km o Sr. Lorenzo avisou e Pablo coçou a cabeça. Com mãos geladas e coração apertado o jovem via passar na sua mente um filme da sua infância e adolescência. Seu pai sempre foi uma referência tratando a ele, sua família e trabalhadores da fazenda com muita educação e atenção. Sr. Lorenzo contou que faltavam somente 20 km e Pablo continuava com os olhos fechados. Chegando aos 10 km o Sr. Lorenzo foi descrevendo a paisagem e Pablo pediu que ele ficasse atento para ver se o pai havia colocado um pano branco na frente da casa. O trem seguia com velocidade média de 75 km/h e logo chegou próximo da cidade de Cáceres. Faltavam agora somente 5 km e Sr. Lorenzo detalhava tudo que via.
A Mudança na Paisagem
De repente algo novo surgiu na paisagem e Sr. Lorenzo começou a tentar descrever. Pablo se agitou, mas não abriu os olhos. O idoso Lorenzo, com toda sua experiência, nunca havia visto algo parecido. Atônito, ele começa a descrever. "Pablo, o que estou vendo, é até difícil de explicar". "Como assim!", exclama Pablo. "Estou vendo muitas árvores ao lado dos trilhos, mas não estão com sua cor natural. Todas elas estão com panos sobre as suas copas. A paisagem está toda diferente. Muitos trabalhadores estão colocando os panos brancos cobrindo as árvores. Agora tem mais ainda". O trem se aproxima de várias casas. Pablo interrompe e afirma: “São as casas do vilarejo antes da fazenda do meu pai!”. Sim Pablo, as casas estão todas enfeitadas de pano branco. E agora estou avistando uma grande casa. “É a casa do meu pai!” afirma Pablo. Com voz serena Sr. Lorenzo afirma: “Jovem Pablo, pode abrir seus olhos. Veja a casa do seu pai, toda coberta de fino tecido branco. Parece um véu revestindo toda a propriedade. Pablo seu pai está demonstrando o perdão dele para você. Preparou uma grande festa para recebê-lo”. Com o coração palpitante Pablo agradece e se despede do Sr. Lorenzo. O jovem filho pródigo desce correndo na estação, pega suas malas e levanta-se. Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou.
A crônica de Pablo, criada por Nelson Lima, é baseada no texto bíblico de Lucas 15:18-20, que narra a parábola do Filho Pródigo:
Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. A seguir, levantou-se e foi para seu pai. "Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. Lucas 15:18-20
Assista no destaque acima o vídeo da Pregação sobre o Filho Pródigo com o tema O PAI SEMPRE NOS AMA, ministrada por Pio Carvalho em 01/03/2015 na Comunhão Cristã Abba de Curitiba. Assista à partir de 37 min e 13 segundos.
Ilustração acima criada com imagem do trilho de trem do site De Trem Pelo Mundo